"Me identifico com as palavras
de Sergio Campos (também psicanalista e pintor):
As vezes abandono a pintura, mas ela não me
abandona jamais... Permanece constante e ativa dentro
de mim, no meu campo visual, na observação
de cenas oníricas ou do cotidiano, no olhar
de soslaio nos detalhes – das pessoas e da vida
- que poderiam se transformar em um quadro."
"Pintura
e psicanálise estão na contramão
do mundo moderno, o que de forma alguma diminui o
seu valor. Em um contexto que prima pelo imediatismo,
tanto a psicanálise como a pintura convidam
o sujeito a parar. Parar para ver. Parar para ver-se.
Parar para desenhar. Parar para produzir. Parar para
produzir-se... Enfim... A pintura e a psicanálise
convidam o outro a olhar (se). E nesse olhar situa
sujeito e objeto, pintor e observador, não
necessariamente nessa ordem."
"Não
consigo conceber um mundo sem arte. Meus preferidos
são os grandes pintores impressionistas e seu
talento para marcar a tela com a pincelada perfeita.
Pincelada que nada mais é que uma mancha, mas
que ao ser colocada produz sentido e delimita lugares."
"Pintar
é marcar, desmarcar, escurecer e clarear. Minhas
técnicas preferidas são o carvão
para os desenhos e a pintura à óleo
para telas, mas quando não tenho materiais
a disposição o próprio telefone
ou tablete viram uma tela. Tela esta que, independente
do material que a forma, sempre é marcada a
mão livre, repleta de riscos livres de medição
ou edição."